1. |
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seu insólito frio
arrebata meus sonhos mais antológicos
me perco em versos
num rascunho periódico
me força a mente
me força os olhos
me cego em si
me cego.
delírios céticos
uma desgraça corrói o que é óbvio
me afasto do meu psicológico
me dói o corpo
me dói os ossos
faleço em mim
pra poder fugir
faleço em mim
faleço
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2. |
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nos olhos do tempo
se faziam alimentos
nem pra todos os momentos
mas pra todos os alentos
cabiam nas frases
dispersa nas fases
nos estágios do vento
eu me lembro
do cais
fez-se porto
deposto, por posto
proposto
sem nem ter um gosto
por nós, nem por vós
conjugue
o pronome conforme
o verbo que nem
age a favor de nós
e quem teve?
se teve, se atreve?
aqui esteve,
e se ateve
em prezar por um deles?
somos seres que só querem poderes?
és o que quieres?
yes, or maybe?
I take
you take
we take
why? why take? for be a slave?
és o que quieres?
no, no és o que quieres?
los perfectos poderes?
I take
you take
we take
why? why take? for be a slave?
somos seres que só querem poderes?
los perfectos poderes?
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3. |
Crônica dos Corpos
02:54
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estancaram as narinas
uma costura na boca
nossos olhos nao sabem respirar
infindo, estático, sem fim
pois o fim aqui não jaz
jaz cá, um sussurro, burro,
tolo, cansado, de tanto calar
acalentado pelas graças escassas,
desgraças enfáticas.
um tanto de dor
e um tanto sem ar.
um tanto de suor,
um tanto de lágrimas
sem visgo, capricho
mais um lixo, da tortura da verdade
o que fizeram com toda cidade
os corpos estão longe
onde não se pode mais respirar
jaz cá, um sussurro, burro
tolo, cansado, de tanto calar
acalentado pelas graças escassas,
desgraças enfáticas.
um tanto de dor
e um tanto sem ar.
um tanto de suor,
um tanto de lágrimas
sem visgo, capricho
mais um lixo, da tortura da verdade
o que fizeram com toda cidade
os corpos estão longe
onde não podem mais se abraçar
uma obsessão peregrina
que ataca os provérbios
profana os salmos
ardência estimulada
efeito cocaína
uma doença crônica
que cronometra todo dia
e varre esse pó
pra baixo dos seus próprios pés
um tanto de suor,
um tanto de lágrimas
sem visgo, capricho
mais um lixo, da tortura da verdade
o que fizeram com toda cidade
os corpos estão longe
onde não podem mais respirar
os corpos estão longe
onde não podem mais se abraçar
os copos se quebraram essa noite
e você nunca há de acordar
os corpos que levaram essa noite
nunca hão de retornar
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4. |
Sem Sentido
03:05
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noites terríveis estiveram por vir
quando a presa se caça e se laça em plena maldição
se cala, se acata, sem faro e olfato
fugindo em vão
pormenores fatos desdobraram
consomem e somem com a própria razão
entre as cobras e os ratos
a grama do pasto
um fim de um laço
que se abre então
nem resta sentido em saber
se fossem tidos não seriam porquês
falecem sob nossas língua, e se calam,
e se calam
e de novo falecem
o gosto do nojo, por hoje, ainda cobre chão
entre os morcegos e os gatos
os copos quebrados
e o velho retrato
que partiu em vão
nem resta sentido em saber
se fossem ditos não seriam porquês
falecem sob nossas língua, e se calam,
e se calam
e falecem de novo
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5. |
Não há Lucas
02:36
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Deitado,
jogado e
exaurido.
Com medo,
com frio,
esquecido.
Pequeno e
sem mote.
Acordando
sem norte.
Não há luz
que me toque,
no abismo que
é a Morte.
Não há luz
que me mostre
o sentido
de toda
de toda falta de sorte.
de toda má sorte.
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6. |
Simpático Cárcere
01:53
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num abismo em cárcere,
nossos planos fadados.
de um livre simples drama guardado.
com a simpatia hipócrita do trabalho
corrompe aos poucos as feridas
corrompe aos poucos as vidas
corrompe-se
sem obséquio,
uma miséria escrita por sim,
essa miséria de vida dentro de mim
me destruo numa rotina de vida sem acaso
um crônico erro,
por vulgo, trabalho.
um crônico erro
um crônico
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